A aceleração de Deus
“A mão do Senhor veio sobre Elias, o qual cingiu os lombos e correu adiante de Acabe, até à entrada de Jezreel.”
O texto acima foi retirado de uma das passagens mais emblemáticas da história de Israel. Trata-se do ministério do profeta Elias, durante o reinado de Acabe. Foi um tempo marcado pela idolatria e o abandono à Lei de Deus, bem como pela ascensão do culto à Baal. Elias surge nesse período como voz profética para exortar o povo a retornar à Deus. Por meio do profeta, o Senhor derrama juízo sobre Israel, fazendo com que não chovesse por três anos e meio. Essa estiagem causou danos à economia do Reino do norte, trazendo grande fome e miséria.
Passamos um período parecido, no que diz respeito às dificuldades econômicas e sociais causadas pela pandemia de COVID-19. Longe de mim afirmar que a pandemia foi um juízo da parte de Deus, ou algo parecido. Estou apenas dizendo que as consequências foram catastróficas para a economia mundial, assim como foi a falta de chuvas na época de Acabe.
Da mesma forma que Elias, Deus tem levantado vozes proféticas sobre a sua Igreja para proclamar que sua “chuva” está se aproximando. Isso se refere tanto a um avivamento, como o que aconteceu em Israel, quanto ao derramar de provisão e recursos para essa época conturbada. Além disso, Deus está capacitando sua Igreja para realizar mais em menos tempo. Essa aceleração nos torna capazes de correr mais rápido e nos capacita de forma sobrenatural para realizarmos o plano de Deus, independente do tempo perdido. Contudo, para desfrutarmos disso, precisamos observar princípios da Palavra de Deus, em especial alguns que apresento a seguir.
Autorizados pela Palavra de Deus
Há momentos em que a Palavra de Deus determinará, pela sua soberania, o que deve ocorrer. Isso fica muito visível quando vemos algumas profecias a respeito do fim dos tempos. Jesus, dando as últimas instruções aos discípulos antes de subir aos céus disse: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade” (Atos 1:7). Desse modo, fica claro que há eventos que são determinado por Deus sem a participação do ser humano.
Contudo, na maioria das vezes, Deus faz uma espécie de parceria com os homens. Ele escolheu agir por meio do seu povo. Nessas situações a Palavra de Deus funciona como uma autorização e não como uma determinação. Um exemplo disso é a salvação. Ela envolve mais do que o livramento do tormento eterno do inferno. A salvação traz consigo a cura, libertação, provisão, paz e segurança. É um conceito bem mais amplo. Tudo isso nos é dado pela graça de Deus, mas é recebido pela fé (Romanos 5:2).
Em suma, quando a Palavra diz, por exemplo, que fomos sarados (Isaías 53:5), quer dizer que a o poder da cura está disponível. Para isso, precisamos receber pela fé na Palavra de Deus. Se não houver fé envolvida, tão pouco haverá a manifestação da cura. Da mesma forma opera a autoridade do crente sobre o poder das trevas. Estamos autorizados a exercê-la, mas, se não o fizermos, poderemos viver uma vida de opressão por Satanás. Logo, nem sempre Deus determina o que irá suceder. Na maior parte das vezes, depende de o que nós faremos com a sua Palavra em nossas vidas.
Ponha a Palavra em movimento
“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu.
E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.” – Tiago 5:17,18.
Tiago, ao falar sobre a eficácia da oração de um justo, nos traz o exemplo do profeta Elias. Ele orou e não choveu por três anos e meio. Posteriormente, orou de novo e o céu enviou a chuva. Agora, vamos comparar o texto de Tiago com o relato de 1 Reis 18:
“Muito tempo depois, veio a palavra do Senhor a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra.” – 1 Reis 18:1.
Primeiramente Deus deu uma palavra a Elias dizendo que mandaria chuva. Em seguida, Elias ora e a chuva vem. Assim surge a pergunta: choveu por ordem de Deus ou pela oração de Elias? As duas coisas! Tiago cita Elias no contexto que fala sobre a oração da fé. Dessa forma a Palavra do Senhor que o profeta recebeu serviu como uma espécie de autorização.
Deus manifesta sua vontade por meio da sua Palavra. Desde então cabe a nós colocarmos essa palavra em movimento. Para isso devemos orar de acordo com a vontade de Deus (1 João 5:14). Nossa declaração de fé será orientada pela vontade de Deus, manifestada na sua Palavra. Foi o que Elias fez no Carmelo. Portanto, não adianta recebermos uma Palavra da parte de Deus e ficarmos parados. Precisamos colocá-la em movimento por meio da nossa fé.
O exemplo de Ezequiel
“Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor .
Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis.”
Deus disse para Ezequiel profetizar sobre os ossos secos. Ele poderia ter dado a ordem diretamente, mas preferiu agir por meio do profeta. Ao profetizar Ezequiel estava declarando a vontade de Deus, que era a de dar vida aos ossos secos, representando a nação de Israel. Deus nos revela sua vontade para que nós possamos ativamente, por meio da fé, declará-la. Não podemos deixar a Palavra de Deus parada, mas devemos pô-la em movimento através da nossa declaração de fé. Jesus morreu para nos trazer a cura. Pelas suas pisaduras fomos sarados. Mas Tiago é categórico ao afirmar que a oração da fé salvará o enfermo (Tiago 5:14,15). O que é a oração da fé senão a verdade de que Jesus já nos curou no Calvário sendo posta em ação por meio da confissão?